LOURENÇO MARQUES-MOÇAMBIQUE
Lourenço Marques
Lourenço Marques é a antiga designação da actual cidade de Maputo, capital de Moçambique, tendo sido capital da então colónia portuguesa entre 1898 e 1975, data da independência deste país africano.
História
Pensa-se que os primeiros europeus a visitarem a baía foram os navegadores portugueses de um navio comandado por Luís Fernandes em 1502, logo a seguir à primeira viagem de Vasco da Gama. Aliás, a baía já é referenciada no Planisfério de Cantino (1502), com a designação de Baía da Lagoa. O seu reconhecimento apenas foi efectuado em 1544 por um obscuro comerciante português, Lourenço Marques, cujo nome foi mais tarde dado à baía e à cidade
Durante os mais de duzentos anos que se seguiram, os portugueses nunca se estabeleceram permanentemene na região, preferindo comerciar com os nativos com base na ilha dos Elefantes à entrada da baía. Em 1720, a Companhia Holandesa das Índias Orientais, que tinha fundado a colónia do Cabo da Boa Esperança no século anterior e a tinha perdido para os ingleses, construiu um forte no local mas, em 1730, o posto foi abandonado. A primeira estrutura física portuguesa no local foi um presídio fundado em 1782 por uma força militar proveniente da Ilha de Moçambique chefiada por Joaquim de Araújo. O presídio era então rodeado por vários estados africanos, particularmente os reinos Mpfumo, Matsolo e Tembe. Uma reconstrução desta fortificação é a actual Fortaleza de Maputo.
O presídio ou forte é totalmente destruído por piratas franceses em 1796 e reconstruído em 1799, mas a primeira ocupação civil portuguesa só ocorreu em 1826 com a fixação de alguns colonos. Entretanto, em 1823 o capitão (e mais tarde contra-almirante) W. F. W. Owen, da Real Marinha Britânica, verificando que os portugueses não exerciam qualquer forma de administração a sul da povoação de Lourenço Marques, celebraram tratados com os chefes nativos, içaram a bandeira britânica e apropriaram-se da terra a sul do Estuário do Espírito Santo mas, quando lá voltaram no ano seguinte, descobriram que os portugueses não tinham respeitado a soberania britânica e tinham entrado noutros acordos com os nativos e tomado militarmente posse da região.
O capitão Owen mandou içar novamente a a bandeira britânica, mas a soberania sobre o território continuou não decidida até que a República do Transvaal reclamou a posse da região. Em 1835, um grupo de boers tentou estabelecer-se na baía – que é uma saída natural para o Transvaal – e, em 1868, o presidente do Transvaal, Marthinus Pretorius, reclamou o território como parte daquela república. No entanto, a 29 de Julho de 1869, foi assinado pelo Rei D. Luís um Tratado de paz, amizade, commércio e limites entre Portugal e a república africana do Sul, a partir do qual se iniciou a construção de uma linha de caminho de ferro entre Lourenço Marques e a fronteira com o Transvaal. Esta ferrovia transformou profundamente a economia da povoação e determinou o seu desenvolvimento posterior.
Em 1861, o capitão Bickford declarou as ilhas da Inhaca e dos Elefantes como território britânico, um acto que levantou protesto pelas autoridades de Lisboa. Em 1872 a disputa foi submetida à arbitragem de Adolphe Thiers, presidente da França e, a 24 de Julho de 1875, o seu sucessor, o marechal Patrice Mac-Mahon, declarou-se a favor de Portugal.
Lourenço Marques foi elevada a vila e o seu município criado em 1875, para depois ser elevada a cidade em 10 de Novembro de 1887. A cidade torna-se cada vez mais proeminente na administração da colónia, até que a capital é finalmente transferida da Ilha de Moçambique para Lourenço Marques em 1898.
TEXTO WIKIPÉDIA
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